O governo da Austrália mandou tirar dos livros didáticos as referências religiosas de tempo histórico a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo).
As abreviaturas serão substituídas por BCE (Before Common Era ou Antes da Era Contemporânea, em livre tradução), BP (Before Present ou Antes do Presente) e CE (Common Era ou Era Presente).
Um porta-voz do governo disse ao The Sun Herald que as novas abreviaturas são mais adequadas para o ensino porque são neutras, sem nenhuma conotação de credo.
A substituição das nomenclaturas está prevista para começar em 2012, mas o governo poderá adiá-la — ou já teria adiado — por causa da forte pressão dos cristãos.
O arcebispo Peter Jensen, de Sidney, disse que a decisão é “uma tentativa absurda” de colocar Jesus Cristo fora da história. Frede Nile, um pastor de New South Wales, afirmou que se trata do “insulto final” aos cristãos da Austrália.
As abreviaturas a.D. e d.C. derivam do latim Anno Domini (Ano do Senhor).
Foi o monge Dionísio (470-544) que propôs pela primeira vez a cristandade como referência histórica no calendário gregoriano ou Ocidental . Mas demorou séculos para que todos os países cristãos adotassem as abreviaturas. Portugal foi um dos últimos, em 1422, em substituição à “era de César”.
Para o novo referencial histórico, Dionísio tomou como base os cálculos que fez sobre a data de nascimento de Jesus Cristo, o Ano 1. Há matemáticos que sustentam que o monge errou nas contas, com a diferença de alguns anos.
Jesus teria nascido entre 4 a 6 a.C.
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