Latifa Hachmi morreu em 2004 depois de passar pelo ritual de Raqya na tentativa de vencer a esterilidade
Muçulmanos são condenados por matarem jovem durante sessão de exorcismo
Na próxima segunda-feira (11) o tribunal de
Bruxelas, na Bélgica, vai anunciar a condenação de seis pessoas
envolvidas na morte de Latifa Hachmi, que morreu aos 23 anos em agosto
de 2004, depois de participar de sessões de exorcismo para tentar
engravidar.A jovem teria desistido dos tratamentos médicos para recorrer ao ritual chamado de Roqya que mistura magia com islamismo, mas não resistiu ao “tratamento”, pois foi golpeada muitas vezes e depois foi obrigada a beber água suja e passar dias sem comer.
Os relatos feitos pela juíza Karin Gérad sobre o caso são impressionantes, Latifa foi golpeada com sandálias e bastões cobertos com versos do Corão. Durante todas as sessões ela esteve com fones de ouvido ouvindo trechos do livro sagrado dos muçulmanos e ainda foi submersa em uma banheira com água onde se afogou.
O esposo da vítima, Mourad Mazouj, um dos condenados, falou que pensou em pedir ajuda quando viu que havia abusos. “Eu quis pedir ajuda, mas os outros (dois exorcistas e três “curandeiras” responsáveis pela sessão) disseram que Latifa não sofria, era os Djinns (demônios) que estavam sofrendo”.
Outro condenado, o exorcista Xavier Meert, foi representado pelo advogado Antoine Chomé que afirmou que seu cliente queria apenas ajudar a jovem que tinha o sonho de ser mãe. “Ele quis ajudar, ainda que de uma maneira catastrófica. Não se deve classificar o quase afogamento como uma tortura, mas, sim, como uma falta de discernimento”, argumentou.
O julgamento aconteceu na última quinta-feira (7) e todos os seus condenados devem ficar entre 20 a 30 anos na prisão.
Com informações BBC
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