Mesmo estando previsto na legislação brasileira como crime, menores de idade compram cigarro de comerciantes sem nenhuma dificuldade. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou recentemente um estudo alertando a sociedade para esta vulnerabilidade em que se encontram os jovens e menores no Brasil.
Baseados em pesquisas do Sistema Internacional de Vigilância do Tabagismo da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizadas no Brasil entre 2002 e 2009, o estudo mostra que a maior parte dos adolescentes nunca foi impedida de comprar tabaco por restrição à idade. Esta situação foi relatada por 96,7% dos jovens de Maceió, com idade entre 13 e 15 anos, que confessaram já ter fumado. Em Fortaleza, o número chegou a 89,9%, e Salvador atingiu 88,9%.
A gerente da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz de Almeida, se mostrou preocupada com o crescimento do número de adolescentes fumantes, ao contrário dos adultos, cujos dados indicam que estão deixando de fumar. Quase oito em cada dez fumantes iniciam a prática com menos de 20 anos.
O diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, acredita que as campanhas de prevenção devem ser ampliadas, focando principalmente os jovens, as pessoas de baixa renda, e os moradores das regiões Nordeste e Centro-Oeste, que segundo Santini, reúnem as maiores proporções de fumantes.
Ele enfatizou que o Brasil já conseguiu reduzir pela metade, em 20 anos, o número de fumantes, de 34% para menos de 17% da população. “Mesmo assim, esses dados indicam que ainda há 25 milhões de fumantes no país, o que é uma tragédia sanitária em função dos prejuízos à saúde dessas pessoas e dos impactos relacionados a custos e tecnologias e, principalmente, das perdas de vidas por causa do tabaco”, destacou.
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