quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O homem,seu filho e o burro


Um homem ia com o filho levar um burro para vender no mercado. 
– O que você tem na cabeça para levar um burro estrada afora sem nada no lombo enquanto você se cansa? – disse um homem que passou por eles. 
Ouvindo aquilo, o homem montou o filho no burro, e os três continuaram seu caminho.

– Ô rapazinho preguiçoso, que vergonha deixar o seu pobre pai, um velho, andar à pé enquanto vai montado! – disse outro homem com quem cruzaram.

O homem tirou o filho de cima do burro e montou ele mesmo. 
Passaram duas mulheres e uma disse para a outra: 
– Olhe só que sujeito egoísta! Vai no burro e o filhinho a pé, coitado... 


Ouvindo aquilo, o homem fez o menino montar no burro.
 O primeiro viajante que apareceu na estrada perguntou ao homem:

– Esse burro é seu?

O homem disse que sim. O outro continuou:

– Pois não parece, pelo jeito como o senhor trata o bicho. Ora, o senhor é que devia carregar o burro em lugar de fazer com que ele carregasse duas pessoas. 

Na mesma hora o homem amarrou as pernas do burro num pau, e lá se foram, pai e filho aos tropeções, carregando o animal para o mercado.
Quando chegaram, todo mundo riu tanto que o homem, enfurecido, jogou o burro no rio, pegou o filho pelo braço e voltou para casa.


Moral da história
:
Quem quer agradar todo mundo, no fim não agrada ninguém.

Uma pescaria inesquecível


Ele tinha onze nos e, cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura ainda estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca estava proibida até o dia seguinte.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho!
- Mas, pai... reclamou o menino.
- Você pega outro depois, filho.
- Não tão grande quanto este,
choramingou a criança.

O garoto olhou em volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.

Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele momento o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos, Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como aquele. Porém, sempre vê o mesmo peixe repetidamente todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos vendo. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A história valoriza não como se consegue ludibriar as regras, mas como, dentro delas, é possível fazer a coisa certa.