A medida, que começou à zero hora de 16 de outubro do ano passado, abrangeu os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Bahia, que voltou a adotar a medida, após oito anos fora da mudança.
Os demais estados das regiões Norte e Nordeste não adotam o Horário de Verão, devido à proximidade da Linha do Equador, o que faz com que a duração dos dias não apresente alterações significativas ao longo do ano e faria com que o Horário de Verão tivesse efeito praticamente nulo nesses estados.
No total, essa edição do Horário de Verão tem 133 dias de duração, 7 dias a mais que no ano passado.
Desde 2008, através do Decreto 6.558, foram fixadas datas para seu início e término: ficou definido que, todos os anos, a medida entra em vigor sempre à zero hora do terceiro domingo de outubro e se estende ao terceiro domingo de fevereiro. No ano em que houver coincidência entre o domingo previsto para o término do Horário de Verão e o domingo de carnaval, o encerramento ocorre no domingo seguinte, como acontece na edição atual.
Minas Gerais
Na área de concessão da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, verificou-se, segundo balanço preliminar, uma redução na demanda máxima, ou seja, no pico diário da carga que ocorre no período das 18 às 22 horas, de 4,1%, correspondendo a cerca de 310 MW, semelhante à redução verificada no ano passado. Essa potência equivale a:
demanda de pico de uma cidade de 750 mil habitantes, população equivalente à soma das cidades de Juiz de Fora e Sete Lagoas;
30% da carga de pico de todo o Triângulo Mineiro com 66 municípios;
15,5% da carga de pico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (34 municípios e 4,9 milhões de habitantes);
geração a plena carga de mais de duas usinas do porte da Usina Térmica de Igarapé (131 MW).
No consumo, estima-se que a economia de energia registrada no Horário de Verão dos últimos dois anos se manteve no período atual, chegando a 0,5%, o que representa 32 MWmed (megawatts médios). “Essa economia de energia é suficiente para abastecer, durante dez dias, Belo Horizonte”, afirma Wilson Fernandes Lage, engenheiro de operação do sistema da Cemig.
Para os consumidores residenciais e comerciais, a economia se dá na menor utilização da iluminação artificial. Estes consumidores poderiam ter um consumo de até 5% a mais na fatura mensal de energia, caso não houvesse o Horário de Verão.
No Brasil
A economia no sistema elétrico interligado brasileiro, de acordo com avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), deverá ser de 4,7% de redução na demanda máxima, superando o valor de 2.777 MW, o que equivale, aproximadamente, a 40% da carga de Minas Gerais no horário de ponta.
Já a redução do consumo de energia deverá atingir 290 MWmed, correspondente a 0,5% da carga dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste ou a 38% do consumo médio de uma cidade do porte de Brasília, com 2,5 milhões de habitantes. Os valores oficiais serão divulgados duas semanas após o término do Horário de Verão, pelo ONS.
Objetivo
A adoção do Horário de Verão visa à redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta. “Com isso, obtém-se o alívio do carregamento dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, aumentando a segurança e a confiabilidade operativa, pois é reduzido o carregamento de todo o sistema elétrico nos momentos de pico, sendo melhoradas as condições de controle, principalmente em situações de emergências”, explica Wilson Lage.
Segundo o engenheiro, essa redução ocorre no período do ano em que o sistema é, de modo geral, submetido a condições operacionais mais críticas, reduzindo os riscos de desligamentos de linhas de transmissão, principalmente devido a descargas atmosféricas. “Proporciona também melhores condições de suprimento, em termos de continuidade e qualidade de atendimento às diversas áreas dos sistemas.”
Como benefício adicional observa-se a economia de investimentos em obras de geração e de transmissão de energia elétrica e na geração de usinas térmicas para atendimento a picos de carga neste período do ano em determinadas regiões do país, traduzindo-se como um aumento evitado nas tarifas de energia e um ganho ao meio ambiente.
Como funciona
O Horário de Verão aproveita o fato de que neste período os dias são mais longos, devido à posição da Terra em relação ao Sol. Em Belo Horizonte, por exemplo, os dias duram cerca de 11 horas no inverno e 13 horas no verão. A medida provoca o adiantamento do horário civil em relação ao horário padrão, retardando a ligação da iluminação artificial, que é acionada mais tarde do que aconteceria normalmente. O efeito provocado é a não-coincidência da entrada desse tipo de iluminação com o consumo do comércio e da indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas, e com outros tipos de consumo nas residências, cuja carga aumenta significativamente nesse horário, motivados principalmente pelo uso do chuveiro elétrico.
A adoção do Horário de Verão é bastante antiga, tendo sido usada durante as guerras mundiais, com finalidades econômicas, evitando-se a geração térmica a óleo e carvão. O primeiro país a adotá-lo foi a Alemanha, em 1916, durante a 1ª Guerra Mundial.
Esta é a 38ª edição do Horário de Verão brasileiro. Foi adotado 11 vezes entre 1931 e 1968, de forma descontinuada, voltando depois no verão 1985/1986 e a partir daí em todos os anos, durante 27 edições consecutivas.
Além do Brasil, o Horário de Verão é implementado em aproximadamente 90 países, como, por exemplo, na União Europeia (entre março e outubro) e na América do Norte (entre março e novembro), além do Líbano, Jordânia, Síria e Cuba. No Hemisfério Sul, a medida é adotada na Austrália, Nova Zelândia, Namíbia, Chile, Paraguai e Uruguai, entre outros países (normalmente começando em setembro ou outubro e terminando em março ou abril).
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